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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Guns N’Roses toca por mais de 2,5 horas e faz show inesquecível no Recife/Olinda

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Em mais de 2,5 horas de muito rock n’roll no Chevrolet Hall, Axl Rose botou por baixo algumas suposições sobre ele e sua banda, o Guns N’Roses. Ainda que no seu tempo livre ele saía de casa de pijama e de chapéu de palha, Axl é um rockstar de marca maior no palco. Com menos sex appeal e mais alguns quilinhos que há vinte anos, é verdade, mas com a voz de alcance agudo quase intacta, apesar dos tempos de excessos, e um carisma gigantesco.
O repertório do show é incomparável ao de qualquer banda de hard rock dos anos 80/90. O Guns tem um álbum de estreia perfeito, o Appettite for destruction (1987) e faz um ótimo uso dele até hoje: das 30 músicas da apresentação desta terça-feira, nada menos que oito das 12 faixas do disco foram tocadas. Em todas, todas mesmo, a plateia fez coro.
Outra interrogação que o show responde é a falta ou não que Slash faz. O guitarrista era a outra face do Guns e, na minha opiniāo, faz muita falta sim, principalmente nas músicas em que ele brilhou nos clipes (ah, a memória afetiva!) e nos riffs, como Sweet Child o’Mine e November rain. O pior é que para substituí-lo ( e Izzy Stradlin) agora são três guitarristas – bons, mas sem o carisma, nem a criatividade, de Slash -, que fazem longos, e por vezes entediantes, solos ao longo do show. De longe, o ponto fraco da apresentação. Parece que Axl está fazendo um favor e deixando cada membro da banda fazer um número à parte.
Bumblefoot foi o mais esforçado em agradar o público e tocou na guitarra um trecho do hino de Pernambuco, que foi cantado por boa parte da plateia. Outro momento bem pernambucano foi quando um fã jogou uma bandeira – ou foi uma camisa? – do Sport para o palco e Axl a pegou e levou lá para dentro do backstage.
Escolher um ponto alto do show é difícil. Foram muitos. Muito além do que se podia esperar. Há poucas experiências musicais mais prazerosas do que assistir a um show de uma banda que fez parte da sua vida e saber cantar de cor boa parte das músicas. Isso o Guns N’Roses proporcionou para o público fiel que lotou o Chevrolet Hall, mesmo com ingressos de pista a partir de R$ 200, que esgotaram antes do show começar.
Axl Rose também parecia alegre e à vontade no palco. Ensaiou corridinhas no palco e dancinhas com o pedestal no microfone, mas tudo muito de leve. Tirou os óculos escuros em apenas duas músicas e troucou de jaqueta pelo menos três vezes. Para alegria de quem estava lá, Axl não faz questão de insistir muito nas músicas do disco mais recente, Chinese democracy, apesar de aberto o show com a faixa-título.
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O baixista orginal Duff Mckagan – apresentado por Axl como “o cara novo” – fez bonito cantando duas músicas, Attitude e Raw Power, de The Spaghetti incident?, disco de covers de bandas punks que influenciaram o Guns e gravado pela banda em 1998.
Uma ex-BBB no palco
Fā de longa data da banda, a ex-BBB Clara Aguilar, que ficou em terceiro lugar nesta última ediçāo, conheceu Axl Rose em 2010, quando foi até o hotel em que ele estava hospedado. Hoje, ela estava em cima do palco, e transmitia pelo twitter dela o show ao vivo, gravando em um celular. A amiga de Axl tem até uma tatuagem em homenagem ao Guns.
Estrutura
Quem foi de carro pegou um bom congestionamento. Havia apenas uma entada e que ficava lá no final, já perto da fábrica Tacaruna. Para quem foi de táxi, o perrengue foi na saída. Na pista do Chevrolet Hall, o calor beirava o insuportável, sem nem o mais leve sinal de ar-condicionado. No meio do show já não havia água à venda nos quiosques. Pelo chāo da pista, molhado, muito lixo.
Palco
Com um elevado com acesso por uma escada, onde ficavam a bateria e o teclado, o palco ganhou dramaticidade. As projeções mudavam a cada música e o jogo de luzes foi bem interessante, captando as nuances de “humor” das canções. A pirotecnia foi discreta, mas funcionou. Ao final do show, uma chuva de “pétalas” vermelhas explodiu na plateia. Um clichê que funcionou.
Ps: Ah, sim. Atrasou mais de 1h30. Acho que foi o recorde desta turnê no Brasil.
Abaixo, o set list matador do show (ou o que eu consegui pegar dele):
01 – Chinese Democracy
02 – Welcome To The Jungle
03 – It’s So Easy
04 – Mr Brownstone
05 – Estranged
06 – Nice Boys
07 – Rocket Queen
08 – Attitude
09 – Raw Power
10 – My Michelle
11 – Better
12 – Solo de Fortus
13 – Live And Let Die
14 – This I Love
15 – Solo de Dizzy Reed
16 – Catcher In The Rye
17 – You Could Be Mine
18 – Solo de Ashba
19 – Sweet Child O’ Mine
20 – Jam
21 – November Rain
22- Solo de Bumblefoot (com o hino de Pernambuco)
23 – Dont Cry
24 – Civil war
25 – Knock on heaven’s door
26 – Mais uma jam
27 – Nightrain
28 – Patience
29 – The seeker (?)
30 – Paradise city